cabo verde search

Ao introduzirmos este estudo no caboverde search, o unico objectivo que nos move, é o de levar a cultura e a historia de:Cabo Verde, estas dez ilhas espalhadas no meio do mar, a todo o caboverdeano onde quer que esteja, para um reconhecimento e enrequicimento dos seus conhecimentos, ou entao, porque nao, para lembrar de coisas e historias esquecidas. E nesta base, que queremos divulgar um extraordinario trabalho levado a cabo pelo grande escritor, Antonio Carreira, trabalho esse que veio dar mais uma luz do que foi ou aconteceu aos nossos antepassados. Antonio Carreira, apos anos de pesquisas e de arduo trabalho, consegue publicar esta obra de que vamos falar, nos anos Trinta, intitulada de de

" Noticia Corographica e Chronologica do Bispado de Cabo Verde… ";

extraidada do manuscrito " Anonimo de 1784 " e esta ordenada da seguinte forma

: Apresentaçao

Descriçao das Terras do Bispado, Noticia e Apensos Documentais. Como é obvio começaremos pela Apresentaçao, para melhor inserçao no contexto politico e social de entao. Este trabalho sera apresentado por etapas , até o seu término. Certo de que estamos a contribuir para a divulgaçao da cultura caboverdeana em todas as latitudes, deixamos aqui a nossa abertura para criticas construtivas, sugestoes, ideias e colaboraçao, para engrandecimento e enriquecimento cada vez maior da nossa caboverdianidade. Apresentaçao 1. Do acervo do Biblioteca Nacional de Lisboa (Cota FG 547, G 68, 106-172) faz parte o manuscrito mais correntemente conhecido por Anonimo de 1784, composto por 125 folhas de 0,210x0,145. Esse manuscrito tem a designaçao de:

" Noticia Corografica e Cronologica do Bispado de Cabo Verde desde seu principio até o estado presente, com um catalogo dos Exs.mos Bispos, Governadores e Ouvidores, e os sucessos mais memoraveis e veridicos, tirados de livros e papéis antigos. E assim mais algumas insinuaçoes dos meis mais conducentes para o restabelecimento dele, por se achar na ultima decadencia. Composta pela infatigavel diligencia de um Amanteda Patria e leal vassalo de Sua Magestade Fidelissima. 1784 "

Completou ja dois séculos.

Nos anos Trinta o Padre Ruela Pombo publicou na colecçao " Inéditos Coloniais ", Série A, n°. III, da Empresa Diogo Caao. Essa ediçao, talvez por ter sido de limitada tiragem, desapareceu no mercado. So nas principais Bibliotecas de Lisboa é possivel a sua consulta. Para além disso, a transcriçao do texto, sem notas nem comentarios, foi pouco cuidada e contém algumas inexactidoes. Por estas razoes entendi que se justifica uma nova ediçao comentada e com notas complementares que elucidem melhor os eventuais leitores. A autoria da " Noticia " parece pertencer a algum elemento do clero que tivesse exercido o seu munus nas ilhas de

Cabo Verde.

5. O manuscrito descreve com certo pormenor a descoberta das ilhas, os grupos étnicos que concorreram para o povoamento e o papel por eles desempenhado na vida social do Arquipélago ;enfim da-nos a conhecer aspectos da evoluçao do processo historico da Capitania das Ilhas de Cabo Verde e terra firme (as praças e Presidios de Guiné), completados com a lista dos bispos, governadores e ouvidores, assim como a narraçao dos principais eventos ocorriedos em cada periodo de tempo. Até 1784 houve 17 bispos, 51 governadores, 36 ouvidores e 4 desembrargadores-sindicantes. O que mais impressiona na " Noticia " é a enumeraçao dos conflitos havidos entre as autoridades civis ou entre estas e o clero, assim como os que opuseram alguns bispos e o Cabido, este constituido, a partir de certa época, por Conegos naturais (e formados) das ilhas, confrontando-se aberta e indisciplinadamente com os bispos reinois. Estes conflitos surgiam quase sempre por questoes de disputa de competencias na esfera de acçao de cada entidade ; mas a maioria das vezes pelo desvio das autoridades das respectivas funçoes, isto tanto as civis como as religiosas, embrenhando-se, umas e outras, dirèctamente ou através de algum " testa de ferro " no trafico de escravos ou no comércio em geral, como aconteceu com o Bispo D. Pedro Brandao, a partir de 1592. Os traficantes e/ou arrendatarios do comércio de escravos ou da cobrança dos réditos publicos, sentindo-se prejudicados nos seus interesses materiais, queixavam-se para Lisboa ou actuavam com os apoios dos elementos das respectivas classes. A sociedade insular vivia em permanentes discordias, e os odios vinham à superficie e geravam choques e vinganças pessoais, abertamente projectadas ou executadas por processos insidiosos que terminavam pela morte violenta, a tiro ou por envenenamento. Nao merece a pena apontar exemplos. Constam do texto. Outro facto que merece reparo é a frequencia com que faleciam autoridades apos curto periodo da chegada às ilhas, vitimas de…"males ou doenças da terra"

P.S. apresentaçao Deolas Tavares Mindelo S.Vicente CABO VERDE Maio 2001